Mal-Amanhados – Os Novos Corsários das Ilhas

3 de Setembro, 2021

DISPONÍVEL NA NOSSA LOJA ONLINE

“É final de Agosto e três compadres Mal-Amanhados procuram jantar na ilha Terceira. O Búzios, no Porto Martins, está lotado; a Tasca do Ramo Grande encerrada; será que os Moinhos nos matam a fome? E de repente, nas últimas luzes da hora mágica, o Cristóvam – autor da banda sonora da série – mostra a este escriba e ao realizador da dita cuja a mais antiga ermida da ilha, erigida junto a uma ribeira de São Sebastião. Água corrente, o ingrediente mágico de todos os povoadores, e a razão para ali ter começado a vida terceirense. Eu e o Diogo Rola entreolhamo-nos entre o espanto e a timidez, não fazíamos ideia. Este que vos escreve aplica umas virtuais chibatadas nas próprias costas. Entretanto, ainda não é desta que vamos conseguir comer. Devíamos ter feito reserva (outra coisa que não sabia). À quarta lá foi de vez, no Rocha do Porto Judeu. É aí, um par de horas depois e com um luar de cinema a recortar os ilhéus das cabras, que faço as pazes com a nova descoberta (um whisky duplo também ajudou, admito). Haveria sempre tanto mais a dizer, percorrer, falar e fazer nestas 9 ilhas. A nossa aventura foi isso mesmo, nossa. Uma perspectiva autobiográfica, uma declaração de amor destes e não de outros. Foi mesmo Christian quem projectou palavras suas para o balcão de Roxanne, sem Cyrano que lhas sussurrasse. Sinceras, de coração. Haveria mais temporadas a fazer no arquipélago? Sem dúvida alguma. Duas, três, quatro, tantas. Há hipótese de uma qualquer sequela? Reformulando Jorge Palma: enquanto houver mar p’ra navegar. No entretanto, veio o surpreendente convite para um livro da aventura. Este que o leitor agora espreita. Tal como a saga televisiva, a versão literária foi vivida em confinamento e à distância. Talvez uma metáfora da solidão a que quase seis séculos de história nos condenaram. Mas – tal como no passado – isso não impediu novos cruzeiros das ilhas, cabos telegráficos, correspondência da mais diversa. Estivemos longe mas nunca afastados, nesta partida que o século XXI pregou a todos. Agora foi com zoom e skype e whatsapp e email e afins que se aproximaram ilhéus e portos, metas e corsários. Porque o açoriano encontra sempre maneira. E por essas e outras é que este volume tem cerca de 300 autores, sim, 300. Começa, obviamente, na tentativa de transcrever a alma de todos os nossos protagonistas em cada capítulo; e termina com uma selecção do eco maciço que chegou de literalmente todo o lado, via redes sociais. A aldeia provou ser global quando os seus habitantes mais precisavam. E sentimos que, de verdade, o amor foi pago com amor. Nas centenas de páginas que agora conservam para sempre aquilo que na chamada caixinha mágica se desvanece, há muitas ermidas de São Sebastião. O mesmo que dizer: inéditos, tesouros atlânticos, desafios a novas aventuras afectivas com o território que tanto nos honra. Uma casa com nove divisões onde é urgente viver. Procure-se a maravilha.”

Last modified: 9 de Fevereiro, 2022

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