ILHA DO PICO, O ESTALEIRO DOS AÇORES
A ilha do Pico, para além do rico património natural que possui, nomeadamente a sua paisagem da cultura da vinha que é considerada Património da Humanidade pela UNESCO, também é detentora de um belo património a nível cultural que enaltece os valores e história desta ilha e das suas gentes.

Assim, destacam-se o Museu do Vinho, o Museu da Indústria da Baleia e o Museu Regional dos Baleeiros, como centros que reúnem um importante legado e que contam a história desta ilha, como o caso da baleação que marcou todos os picoenses, a todos aqueles que a visitam e sobretudo às gerações mais novas.




A nível da arquitetura, nesta ilha pode-se observar um conjunto de igrejas típicas açorianas, como a igreja de Santa Maria Madalena, requalificada em meados do século XIX e que foi considerado como templo de grande magnificência na ilha, o qual se distingue pelas suas duas majestosas torres e pelos seus azulejos. Os moinhos distribuídos por toda a ilha são estruturas que embelezam a paisagem da ilha e reforçam o seu aspeto rural. A presença da arquitetura militar também se faz sentir com o Forte de Santa Catarina, nas Lajes do Pico, datado do século XVI, o qual foi edificado para defender a ilha de possíveis ataques de piratas e corsários, hoje encontra-se totalmente preservado e inserido na rota turística do Pico, sendo um local destinado à realização de eventos, bem como de outras atividades e serviços ao dispor da população.






Numa arquitetura de cariz mais civil, não podemos esquecer que a cultura da vinha teve grande influência neste setor, isto é notável com a presença dos solares do século XVIII e XIX, construídos para servir de habitação temporária aos proprietários das vinhas, os quais são caracterizados por traços rígidos e por estruturas de apoio como poço de maré, adega e armazém. Nestas estruturas arquitetónicas, a presença da faceta vulcânica é óbvia através das paredes de pedra vulcânica das adegas do vinho, por exemplo, bem como em muitas habitações. Outro aspeto característico desta ilha são os «maroiços» na zona da Madalena, pedras soltas amontoadas em forma de pirâmide, as quais foram aí colocadas aquando da limpeza dos terrenos para a agricultura, permanecendo até aos dias de hoje.



Relativamente à vertente artesanal, na ilha do Pico, a construção naval sempre foi algo que fez parte da história e cultura deste povo, situando-se em Santo Amaro o mais importante centro de construção de embarcações dos Açores.

